quarta-feira, 27 de maio de 2009

Festa na Beira

Faz uma semana que nao escrevo no blog. O motivo e simples: ou nao havia internet ou hvia internet mas nao havia energia. Conclusao: fiquei desconectada por sete dias, o que e uma maravilha.
Minha viagem esta quase no fim. Acabei de chegar em Joanesburgo, vindo da Beira, em Mocambique, minha cidade africana do coracao.
Antes de ir para Beira passei uma semana em Maputo, capital do pais. Na ultima sexta-feira, aluguei um carro e fui para Bilene, no distrito de Xai-Xai, onde pude desfrutar de uma praia de aguas serenas e transparentes.
A chegada em Beira foi maningue giro, como se diz por la. Foi muito boa, como se diz por aqui.
O aviao atrasou, mas ainda deu pra visitar as criancas no orfanato no proprio sabado. Foi muito bom rever o Cebola. E nao e que o gajo cresceu uns 20 centimetros nesses ultimos cinco anos. Foi bom tambem ouvir "teacher, teacher", seguido de risadas. As criancas e os funcionarios do orfanato me reconheceram. Ufa, que alivio. Tambem encontrei algumas ja crescidas criancas na rua, a maioria delas bem encaminhada.
Na Beira revi meu aigo Rodrigues, jornalista com quem costumava debater sobre a imprensa mocambicana. Revi Monika, poloesa que fez mestrado comigo. Conhecei Francesco, Nick, Nicola e os jornalistas Eurico e Chimundo, que me deram uma grande forca para conseguir organizar a festa das criancas, realizada no domingo passado.
Pois e, olha como as coisas podem mudar. Na sexta, enquanto estava em Bilene, resolvi ligar para a diretora do orfanato so para lembra-la que no dia seguinte estaria na Beira. E nao e que ela me surpreende com a seguinte frase: "E quando teremos a festa?". Fiquei bem surpresa porque a festa havia sido cancelada por ela mesma. "Mas a senhora nao tinha me dito que nao era para fazer nada?", perguntei. "Sim, mas falei com minha chefe e ela disse que era para fazer."
O que eu gosto de Mocambique e a flexibilidade e um certo jeitinho brasileiro. Cheguei na Beira as 15h30 do sabado. Rodrigues e Eurico foram me buscar no aeroporto de taxi. Deixei as coisas no meu hotel (de cinco estrelas cadentes!) e fomos a pe para o orfanato. Revi as criancas, acordei o Cebola (o gajo dorme maningue) e falei sobre a festa. Rodrigues fez algumas ligacoes e conseguimos arrumar uma cozinheira. No domingo, acordei cedo e fui ao mercado fazer compras, acompanhada de Chimundo e de Eurico:
30 frangos;
10kg de batatas;
25kg de arroz;
2kg de alface;
2kg de tomates;
1kg de cebola;
30 bananas;
90 refrigerantes.

Foram 30 convidados, sendo 21 criancas e nove adultos. Som na caixa, Cebola e amigos exibindo coreografia e muita animacao.

Ufa, deu tudo certo. Tao certo que a festa acabou em uma coletiva de imprensa. Eu fui a entrevistada. Tres jornais mocambicanos vao publicar materia sobre a festa para o orfanato.

Mocambique e assim: surpreende sempre.




Um comentário:

Mã disse...

Que " máximo", Mica, fico contente com tanta animação, entusiasmo, disponibilidade: só alegrias para todos lá do Orfanato, para vc e tb para nós que trocemos para que tudo desse certo. Feliz Retorno! Deus te acompanhe!Bjs da MÃ