segunda-feira, 18 de maio de 2009

Da Swaziland a Moçambique

Como eu sou TURISTA, queria vir de van da Swaziland a Moçambique. Até consegui uma van, que cobrava cerca de 200 reais por pessoa para nos pegar no albergue na Swaziland e nos deixar no albergue em MAputo, Moçambique. Claro que achei caro, mas iria investir o valor sem sombras de dúvidas. Afinal, já andei muito de lotaçao pela Africa e nao acho nada agradavel viajar com a mala no colo e apertada em lotaçoes que, em geral, nao tem janela na parte de tras. Mas falei com a gringolandia (seis americanos, uma alema, um ingles e um espanhol) e todos acharam muito caro e que valeria a pena vir de lotacao. Conclusao: tiver que vir de lotacao porque o cara da van nao quis me trazer a Mocambique sozinha. Com isso perdi tambem meu safari a cavalo. Mas tudo bem, descontei nos gringos. Macaca velha tem essas vantagens.
Troquei um dinheirinho Swazi por meticais (de Moçambique) com o cara da lotaçao, já soltei ums palavrinhas em portugues e em shangana (dialeto do sul de Moçambique) e, CLARO, peguei o melhor lugar da lotaçao. Fui na frente, do lado da janela. Minha malinha foi atras, nem vi onde, nem com quem. Enquanto eu tomava um arzinho (arzinho mesmo, diga-se de passagem, ja que o vidro da janela caiu durante a viagem... rs), a gringolandia suava la atras.
Ao chegar em Moçambique, tinha combinado com o motorista da lotacao de nos deixar na porta do albergue por mais cem meticais. Na hora, ele mudou o valor de cem meticais para cem rands, o que dá seis vezes mais. É claro que os gringos nao aceitaram e tivemos que ir a pe ate o albergue. Uma caminhadinha de quase uma hora, sob uns 35oC, com as malas. Mas como a idade tá chegando, já estou sem vesícula e nao poderia sacrificar mais nada, nem o baço nem o apendice, um dos americanos se ofereceu a levar minha malinha. Aceitei de cara porque com grindo nao se brinca, né. Vai saber quando alguem iria me oferecer para carregar qualquer outra coisa.
Aqui estou: Maputo. É bom estar de volta ao primeiro pais africano que conheci e onde realizei meu grande sonho de conhecer a Africa como Africa, nao a dos turistas.
Confesso que fiquei muito emocionada ao atravessar a fronteira e estar de volta. Senti ate um arrepio no joelho!
No caminho da fronteira da Swaziland para Maputo fiquei observando o horizonte, as arvores da savana africana que tanto amo, as pessoas. Mocambique continua pobre. Vi muitas pessoas andando a pe, varias sem sapatos. Isso e pobreza. Uma pobreza que ainda esta mascarada nas ruas de Maputo. As mulheres ainda vestem capulanas (os panos africanos), as pessoas ainda falam em dialeto. As cores se misturam, assim como as culturas, as tradiçoes e as crenças. Maputo é muito cosmopolita. É a pérola da África. É muito bom estar de volta.

2 comentários:

Thalita disse...

Gor você sabe qu eu acho tudo isso muito louco, né!mas estou feliz de ver você assim feliz!aproveite muito!cuidado com a malária, a febre tifóide e ssas coisinhas todas...mnde um beijo pro Cebolinha!
Estou com saudades!!!!
Obs: ainda bem que perdeuo safari a cavalo, ia passar vergonha na frente dos gringos!!!!!!!!!!!!!!!hahaha

Mirella Domenich disse...

Tha,
pode deixar. Aqui est'a tudo tranquilo. E o melhor: to novinha em folha, viu. J'a comi feijoada, lula, marisco. Nada me fez mal.
beijos,
Mi
Obs: Darei um beijo no Cebolinha no s'abdo. Chego na Beira `as 12h.