A última vez que falei com Cebola foi no Natal. Sabia que não iria falar com ele, pois desde maio ele e todas as crianças foram reinseridas em suas famílias. E o friozinho na barriga aumenta toda vez que lembro disso. Pessoalmente, eu acho que a Cruz Vermelha, que administrava o orfanato, tomou a decisão correta. Mas o meu medo era ter notícias que não fossem boas. No final de 2004, Cebola foi passar férias na casa do tio e não havia dado certo. Passou necessidades.
Enfim, dessa vez liguei, pois queria garantir notícias antes de ir para Bissau uma vez que não sei se conseguirei ligar via skype para o telefone fixo do orfanato, já que a conexão com a internet não é boa em Bissau.
Consegui falar com d. Deolinda, diretora do orfanato. E para minha felicidade ela reclamou bem menos do que das outras vezes que eu havia falado com ela. Disse que a reinserção de algumas crianças tem sido difícil, mas não se queixou tanto como antes. Falou que Cebola está feliz com o tio e, o mais importante, está saudável. Mas minha coragem não foi além: não perguntei se ele está na escola, pois tenho medo da resposta.
Ela visita as crianças semanalmente. Não tinha um telefone de contato para que eu pudesse falar com Cebola, mas me garantiu que se eu ligar em 15 dias, irá providenciar o celular do vizinho da família dele.
Como o tempo de lá é diferente do daqui, tenho esperança que conseguirei falar com Cebola ainda este ano.
A teacher tá morreeeeeendo de saudades!
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