Tá chegando a hora. Em um dia estarei desembarcando em Luanda e, depois, oito horas de carro rumo à Benguela, onde vou permanecer por uma semana. Ohhhh, saudades!
É muito bom poder voltar a Angola. Há pouco mais de um ano estive por lá, em Luanda, dando um curso de vídeo-participativo. No ano passado, só fiquei na capital angolana. Dessa vez, só vou ficar em Lobito-Benguela, o meu lugar do coração em Angola! Lá vou reencontrar os brigadistas Dino, Isabel, Jesse e Edson, os meus jornalistas comunitários prediletos e a prova mais concreta de que um trabalho sério gera, sim, desenvolvimento, pelo menos do meu ponto de vista (= desenvolvimento como liberdade, o capabilities approach, segundo Amarthya Sen). Lá também vou reencontrar Zeto, amigo que eu adoooooro, visionário, ativista de direitos humanos, e Secre, que é uma doçura de pessoa. Vou reencontrar a equipe do Omunga e da Adra. Vou conhecer a Mirella. Sim, a filha da Suzy, que levou meu nome, conforme já contei no blog. Também vou rever o mar, os mercados de Benguela, os candongueiros, vou tomar galão e comer tosta, vou me encher de pimenta, vou olhar aqueles morros secos, de savana, as casas, as obras da Odebrecht, da Camargo Correia, dos chineses, vou ver o porto seco (ahh, isso vai ser duro), vou ver o porto do Lobito, tentar um tempinho para passear na Restinga, andar de mota, conversar bwé, enfim, viver Angola, o sonho da reconstrução e a luta dos que lutam pela democracia.
Estou muiiiiito feliz em voltar. Ainda mais porque vou fazer o que mais gosto: trabalhar com comunicação para o desenvolvimento. Vou ser palestrante da III Conferência da Sociedade Civil angolana, apresentando uma proposta de modelo para a interlocução da sociedade civil com a imprensa nacional e internacional e mídia comunitária. Também vou coordenar os brigadistas na cobertura da conferência.
Ai ai... não dá mais para esperar. Só cantando "Morena de Angola", de Chico Buarque, mesmo, e lembrar do peixe de Benguela e do cacho do coração na Catumbela:
Morena de Angola
Que leva o chocalho
Amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho
Ou chocalho é que mexe com ela?
Será que a morena cochila
Escutando o cochicho do chocalho?
Será que desperta gingando
E já sai chocalhando pro trabalho?
Morena de Angola
Que leva o chocalho
Amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho
Ou chocalho é que mexe com ela?
Será que ela tá na cozinha
Guizando a galinha à cabidela?
Será que esqueceu da galinha
E ficou batucando na panela?
Será que no meio da mata
Na moita, morena ainda chocalha?
Será que ela não fica afoita
Pra dançar na chama da batalha?
Morena de Angola que leva
O chocalho amarrado na canela
Passando pelo regimento ela faz requebrar a sentinela
Morena de Angola
Que leva o chocalho
Amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho
Ou chocalho é que mexe com ela?
Será que quando vai pra cama
Morena se esquece dos chocalhos?
Será que namora fazendo bochincho
Com seus penduricalhos?
Morena de Angola
Que leva o chocalho
Amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho
Ou chocalho é que mexe com ela?
Será que ela tá caprichando
No peixe que eu trouxe de Benguela?
Será que tá no remelexo
E abandonou meu peixe na tigela?
Será que quando fica choca
Põe de quarentena o seu chocalho?
Será que depois ela bota a canela no nicho do pirralho?
Morela de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Eu acho que deixei um cacho
Do meu coração na Catumbela
Morena de Angola
Que leva o chocalho
Amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho
Ou chocalho é que mexe com ela?
Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Morena, bichinha danada, minha camarada do MPLA
Malta, estou a chegar! Kandandos!
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Temos orgulho de vc!. Bjs. Mã e pá
e eu de vocês por se orgulharem.... rs
beijuuuuuuuuuuusss
Postar um comentário